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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Por um Ano Melhor

"O que cada um de nós deve fazer em primeiro lugar, pois não temos outro remédio, é respeitar as nossas próprias convicções, não calar, seja onde for, seja como for, conscientes de que isso não muda nada, mas que ao fazê-lo, pelo menos tenho a certeza de que eu não estou a mudar". José Saramago

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O Poder da Persuasão


Howard Gardner, pesquisador da Universidade de Harvard, examinou as características de grandes líderes como Margareth Thatcher e Jack Welch e escreveu o livro Changing Minds—The Art and Science of Changing Our Own and Other People’s Minds (em português: Mudando Idéias—A Arte e a Ciência de Mudar as Idéias Próprias e as das Outras Pessoas).  Gardner se concentrou na habilidade de comunicação das lideranças.  Ele sugere que os líderes se utilizam de sete recursos fundamentais de persuasão:
1 - Razão: os líderes preferem argumentos racionais e objetivos. Estudam os prós e contras de cada ideia, e o fazem com clareza, para que seus interlocutores compreendam facilmente seu raciocínio.
2 - Pesquisa: reforçam seus pontos de vista com dados objetivos.  Gostam de estatísticas, fatos e outras informações que ajudam a sustentar suas opiniões de forma realista e coerente.
3 - Ressonância: demonstram sensibilidade ao ambiente e ao estado de espírito dos outros, isto é, modelam seu ambiente.  Buscam estabelecer ligações afetivas com seus interlocutores, que, por sua vez, tendem a se identificar com o pensamento do líder.
4 - Redescrição: repetem suas ideias de forma diferente, isto é, sua comunicação é redundante. Usam de dados, metáforas e histórias para passar a mesma mensagem básica de maneiras diferentes.
5 - Recursos e recompensas: enfatizam as vantagens e as recompensas que as mudanças propostas irão trazer.  Pintam um quadro colorido do futuro.
6 - Fatos realistas: sabem fazer uso das lições da história ou tendências macroeconômicas.  A citação de eventos grandiosos tende a influenciar as pessoas.
7 - Resistências: líderes de sucesso conseguem esvaziar as resistências encarando-as de frente e solucionando dúvidas — até mesmo antes de aparecerem.
Inserção feminina: uma revolução no estilo de liderança
O modelo militar, burocrático e autoritário do século 19 foi criado por homens e para os homens.  Porém desde a Segunda Guerra Mundial, o número de mulheres no mercado de trabalho mais do que triplicou.  Estima-se que dois terços dos milhões de novos empregos criados na era da informática estão sendo ocupados por mulheres.
Até 2006, a presença feminina nas universidades era de aproximadamente 40%.  É possível que essa porcentagem tenha aumentado de lá para cá. E, em termos de qualidade e compromisso, as mulheres, em geral, superavam os resultados obtidos pelos homens.
Para se ter uma ideia do crescimento da força feminina, a circulação da revista Working Woman (Mulher no Trabalho) pulou de 450.000 exemplares, em 1981, para 900.000 em 1988, sobrepujando as tradicionais Fortune, Forbes e Business Week.  A tendência de crescimento da mídia empresarial feminina cresce em todo o mundo e o grau de empreendedorismo feminino está cada dia mais agressivo.  Na América do Norte, as mulheres estão abrindo empresas a um ritmo duas vezes maior que os homens. A mudança da composição do mercado de trabalho, com a presença maciça de mulheres, muda também o estilo de liderança.
Chegou a vez do amor
Observamos que o estilo participativo, baseado em princípios, tem se destacado pelos seus resultados positivos. Textos como Liderança baseada em princípios, de Stephen Covey, e O monge e o executivo, de James Hunter, sugerem que, quanto mais participativo for o líder, melhores serão seus resultados a longo prazo.
Lideranças baseadas em princípios são luzes, não juízes, tornam-se modelos de comportamento e não críticos dos outros. Segundo Covey, essas pessoas guiam suas decisões por princípios aprendidos na natureza, onde só se colhe aquilo que se planta.
De acordo com Hunter, o novo estilo de liderança é baseado no princípio do amor, e pode ser decomposto em nove componentes básicos: paciência (demonstra autocontrole); bondade (oferece atenção, apreciação e incentivo aos liderados); humildade (é autêntico, sem pretensão, sem arrogância); respeito (trata os outros independente da posição que ocupam na empresa, como pessoas importantes); abnegação (sabe como satisfazer as reais necessidades dos outros); perdão (desiste de ressentimento quando prejudicado ou incompreendido); honestidade (age de boa fé); compromisso (exige mais de si do que dos outros); foco no serviço (sabe quando por de lado suas vontades e necessidades, buscando o bem maior da organização ou da comunidade).

Conclusão: os princípios básicos
Ao refletir sobre os estilos de liderança e sobre as pesquisas de diversos autores tais como Gardner, Covey e Hunter, e ao observar o que está acontecendo no mercado de trabalho, cheguei a três princípios básicos:

- Princípio da congruência: qualquer liderança eficaz começa sempre pela congruência no pensar, falar e agir;

- Princípio da comunicação: o líder eficaz sabe escutar e cultiva ressonância com o seu ambiente, isto é, valoriza o sentimento dos outros e modela a cultura na qual está inserido;

- Princípio do amor: a liderança de resultados é abnegada, isto é, estuda as reais necessidades de seus liderados e da organização e sabe como conciliá-las.