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terça-feira, 29 de novembro de 2011

Seria possível desenvolver líderes da maneira como se formam pilotos?


A ideia de imitar a vida para entreter (teatro, jogos ), educar (estudo de casos) e planejar (simuladores) é muito antiga. O que fascina é a sensação de se estar vivendo as situações “imitadas”, algo difícil de conseguir em aulas expositivas e apresentações tradicionais. Simuladores são em geral eficazes no desenvolvimento de habilidades mais técnicas, como no caso de treinamento de pilotos ou operadores da bolsa. Mas têm limitações quando se trata do desenvolvimento de profissionais em áreas menos técnicas, como na preparação de líderes.
Eles podem ajudar a trabalhar os referenciais (assegurar uma melhor visão do todo) ou a dar fluência em competências duráveis, como a de pensar sistemicamente, se relacionar, negociar. Podem acelerar a evolução e gerar conhecimento tácito, amadurecendo as pessoas pela prática em laboratório. Essas são algumas das vantagens.
Mas os simuladores nem sempre resolvem. Em áreas menos logicorracionais e menos dependentes do passado, eles ajudam pouco. E, por vezes, atrapalham. Podem nos prender a modelos mentais do passado. A propósito: que teorias de liderança, gestão e estratégia são embutidas neles? São teorias válidas ou superadas? Superficiais ou profundas? Imitam que tipo de líder ao prever alternativas de decisão e as consequên¬cias delas? Simulam algum gênio do ramo (por exemplo, o empreendedor e mago do mundo das ações Warren Buffett) e seu processo de pensar e decidir? Mesmo que o designer estude todas as decisões geniais de Buffett, o simulador que ele criar pode não cumprir o prometido (“atuar na bolsa como Buffett faria”).
Mesmo que o designer estude todas as decisões geniais de Buffett,
seu simulador pode não atuar na bolsa como ele

Uma coisa é ter domínio das leis da física e da matemática. Outra é resolver problemas complexos e criar soluções inéditas no mundo real. Uma coisa é aprender a pensar e agir como Buffett por meio de simuladores. Outra é atuar efetivamente na bolsa e acertar todas. Imitar o que já passou é uma coisa. Imitar o futuro é outra.
Lidar com o desconhecido, o imponderável, e criar soluções geniais ainda está longe do mundo dos simuladores. Eles podem até propiciar um contexto para o exercício da intuição, da geração de insights, de julgamentos sábios em situações com áreas cinzentas (no campo da ética, dos valores, da subjetividade, da consciência). Mas não conseguem funcionar tão bem como no treinamento de pilotos. Conseguem, no máximo, ajudar a decidir cada vez melhor pela letra da lei. Mas não pelo espírito da lei.
O impressionante avanço da tecnologia pode nos aproximar cada vez mais do jogo da vida e até nos ajudar a incorporar nos simuladores seus aspectos mais subjetivos. Mas mais relevante do que a tecnologia será nossa humildade diante dos grandes problemas da Humanidade (que ainda não conseguimos resolver) e dos mistérios que nos cercam (que ainda não conseguimos desvendar).
O verdadeiro jogo da vida talvez nunca venha a ser simulado. Porque ele só pode ser vivenciado. Como dizem os taoistas: “O Tao que pode ser explicado em palavras não é o verdadeiro Tao”.
*Oscar Motomura é diretor-geral da Amana-Key, especializada em inovações radicais em gestão e estratégia
Fonte: Revista Época Negócios

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Autoconhecimento


“O verdadeiro conhecimento vem de dentro”
   Sócrates

O que acontece quando enfrento mudanças organizacionais? Se vivi toda minha vida fazendo um trabalho específico ou sendo de um jeito próprio, certamente minha auto-imagem está baseada apenas numa série de tarefas e funções. Quando estas se mudam ou se sacodem, de repente, estou diante de uma crise de identidade.

O senso de auto-imagem tem de estar baseado em valores inatos e mais duradouros. Se não consigo identificar quem sou, atrás de todas as máscaras, e desenvolver uma experiência do eu como diferente daquilo que faço, me condeno para sempre a uma espécie de tumulto interno.

Quanto digo eu, o que é que vem à mente? O eu-profissional, o eu-pai-de-família, o eu-residente-de-tal-lugar, o eu-chefe, o eu-empregado?
Ás vezes experiências traumáticas do passado me mantém acorrentado de sorte que o presente não possa ser aproveitado plenamente. Às vezes, fraquezas que têm sido tocadas e reforçadas com tanta freqüência, são tão fortes que as qualidades inatas parecem permanecer irremedivalmente enterradas.

É essencial separar tempo, diariamente, para avaliar quatro perguntas:

* Quem sou?
* O que sou?
* O que está acontecendo ao meu redor?
* Onde estou exatamente?

Se não estou internamente centrado e muito claro sobre o que sou e qual é a base verdadeira dos meus poderes e virtudes, definitivamente ficarei perdido no furacão.

Não é uma questão de aprender como evitar mudanças ou de encontrar um lugar seguro e cômodo. De fato, não há um lugar onde possa me esconder. 

Conhecer o funcionamento do ser interno é o início da reviravolta. Preciso conhecer profundamente os meus dois lados:

* O conjunto de qualidades adquiridas, que é veículo através do qual me manifesto no mundo  - que representam como estou.

* O conjunto de qualidades inatas - que representam o que sou.

A interdependência destas duas partes é total.  A compreensão do processo me leva a um passo mais profundo ainda, me leva a:

Autocompreensão --- entendendo e apreciando o EU.

Leia no próximo post.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Complemente seus Pontos Fortes

Pesquisas feitas em décadas de trabalho com milhares de executivos ao redor do mundo revelam que fazer mais daquilo que a pessoa já faz bem rende apenas avanços incrementais.
Para melhorar de forma palpável, é preciso trabalhar habilidades complementares — o que chamamos de desenvolvimento não linear.
É algo que atletas há muito conhecem como “cross-training”, ou treinamento multilateral.
Para ir de bom a muito melhor, é preciso praticar o equivalente, na gestão, do treinamento multilateral. Se já for tecnicamente qualificado, por exemplo, mergulhar ainda mais fundo em manuais técnicos não vai levá-lo tão longe quanto aprimorar uma habilidade complementar como a da comunicação, que tornará seu conhecimento mais evidente e disponível para colegas de trabalho.
Para quem está começando a correr, fazer exercícios de alongamento e treinar um certo número de dias por semana, aumentando gradualmente a distância para adquirir resistência e memória muscular, traz resultados. Já o maratonista experiente não vai melhorar muito o próprio tempo só aumentando a distância percorrida. Para chegar ao nível seguinte, precisa cultivar habilidades complementares. Como? Complementando o regime com atividades como musculação, natação, ciclismo, treinamento intervalado e até ioga.

O mesmo vale para habilidades de liderança. No treinamento multilateral, a combinação de duas atividades produz um resultado — um efeito de interação — marcadamente melhor do que qualquer das duas produziria sozinha. Aqui, não há nenhum mistério. Há muito se sabe, por exemplo, que combinar dieta com atividade física é bastante mais eficaz para a perda de peso do que só dieta ou só exercício.


PARTE 2

O Efeito Interação

Leia no próximo post....